quinta-feira, 4 de março de 2010

com pontos

os olhos estavam fechados, apertados contra a palma da mão. de leve as imagens fragmentadas surgiam. ele sentia como se explorasse aqueles pequenos pontos que se interligavam a outros pequenos pontos até surgir uma imagem indefinida. quanto mais tempo e mais forte apertava os olhos, mais claro os pontos ficavam. aos poucos, começavam a criar forma. gostava de sentir essa incerteza de que a cada segundo as imagens mudavam de formato e agregavam outras cores, outras vidas - não apenas o que se espera - transformando o espaço imaginário. na verdade, nada mudaria o plano existente, o ambiente em que se encontrava continuará intacto, da mesma forma que o deixou antes de fechar os olhos. ele estava sentado, debruçado em si mesmo e apenas com tédio - pensava. mas no fundo, o que verdadeiramente esperava, era ter, em algum momento, a coragem de abrir os olhos e, através deles, enxergar mais o real do que o irreal.

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